domingo, 29 de janeiro de 2017

Siga para mais uma teórica!

Mais um módulo fresquinho para estes maçaricos:

UFCD 6588 Tecnologia e Propriedades dos Materiais - Metalurgia e Metalomecânica 
FORMADOR: ARTUR GONÇALVES



SARA TEIXEIRA
Assim começam 25 horas de pura "adrenalina teórica" com o nosso formador Artur. Chinês por fora mas japonês por dentro, este senhor possuidor de uma vasta experiência em ambiente de trabalho e defensor incondicional de método de trabalho, foi o feliz contemplado para ensinar aos EFA CNC 4 a identificar e distinguir propriedades dos materiais ferrosos e não ferrosos.
Logo na primeira aula entregou um teste diagnóstico no qual preenchi o meu nome e... mais nada😓! Ainda não sabíamos, mas este é o modus operandi do Artur para todas as ufcd's. E a verdade é que reclamei mas no final tudo fez sentido. Não deixa de ser sádico! 
Mas basicamente esse teste diagnóstico aborda todos os conteúdos e dá-nos uma visão geral do que será a ufcd.
Sem medos avançámos na matéria!  Até porque para a frente é que é caminho 😉.

As primeiras aulas foram sobre os diferentes tipos de materiais (metálicos, cerâmicos, polímeros...). Dos quais nos interessavam os metálicos: ferrosos e não ferrosos. Aos poucos também fomos aprofundando as suas propriedades: 
  1. mecânicas;
  2. físicas;
  3. químicas.

Por esta altura a matéria dispersou por entre macroestrutura, deformações plásticas e microestrutura. Tudo muito ao nível do átomo e pouco ao nível da visão humana. 
Umas contas pelo meio para calcular massas e pesos (e nos fazer sofrer com a fraca base de matemática que se traz do secundário e que até já estava esquecida).
E voltámos às propriedades e as suas especificidades. Daí a falar-se de ensaios mecânicos foi um tirinho! Tudo fazia cada vez mais sentido... E lembram-se do tal teste diagnóstico? Ah pois é! Aos poucos ia sendo preenchido ✌ 

Um dia damos por nós e estamos a falar de elementos de liga de aços! O que cada um deles possibilita e/ou limita. Por exemplo, se quiserem fazer molas escolham um aço com elemento de liga silício que aquilo aumenta o limite elástico; para resistência a quente é tungsténio; e para não oxidar é crómio... Foi muita coisa nova para esta cabeça!

Enfim, chegámos aos diagramas de equilíbrios e pimba! Mais meia dúzia de palavras novas: ferrite, austenite, cementite, perlite e martensite.

E porque no mundo da metalurgia a coisa é mais complexa do que parece vai de classificações de aços, designações e norma. Muita norma se aprende neste curso! Também se abordou os tratamentos de peças. 














E porque são só 25 horas, é sempre a abrir. Já estamos nas ligas não ferrosas: cobre, alumínio, zinco, magnésio, estanho. E descobriram-se mais uns casos de amor: 
  • Cobre + Zinco = Latões
  • Cobre + Estanho = Bronze          💕💖💗💙💚💛💜💞
   E nem vou comentar as ligas de alumínio porque essas estão presentes na vida de todos nós, é: nas latas, nos carros, nas panelas, nos talheres, nos quadros das bikes... E as Zamac's (ligas de zinco) é a mesma história, vemos-las por todo o lado: fechaduras, suportes, chassis...

Estava dada a UFCD e sabem que mais? O teste diagnóstico estava feito! Veio de lá o teste oficial e taruz:

Quatro já estão... faltam 28!

ANTÓNIO PINTO



Só 25 horas|?
Não chega, é uma matéria muito extensa e bastante complexa, Propriedades de materiais, identificação dos mesmos...ui
Primeiro uma sub divisão; Metálicos e não metálicos.

Imagem relacionadaResultado de imagem para carbon tubes


Os não metálicos foram descartados logo de inicio👎. Apesar de não fazerem parte do programa deste curso penso que deveria ser algo a tratar com mais profundidade, porque, neste momento os compositos são uma parte muito importante dos materiais utilizados em maquinação.
Mais uma divisão; Ferrosos e não ferrosos.
Entre propriedades e ligas; as varias "misturas" que se podem fazer com diversos elementos para formar um metal que se adeqúe as nossas necessidades e não aquelas que nos fazem sorrir 😀, lá fomos dando a materia com o objectivo final de conseguir entender minimamente como identificar os vários materiais que podem ser maquinados.
Aprendemos ainda quais as normas que são utilizadas para a designação de cada material e também alguns tratamentos.


JOÃO PATRONILHO


Desengane-se quem pensa que o curso de CNC é apenas códigos G e maquinas High Tech capazes de fazer maravilhas...nada disso, existe muita ciência por trás de tudo isso, e meus amigos Artur Gonçalves vai acompanhar-vos ao longo de grande parte do curso e posso garantir-vos que a expressão: "PRIMEIRO ESTRANHA-SE E DEPOIS ENTRANHA-SE" foi inventada a pensar nele 😉
Estamos a falar de um senhor com séculos de experiência em ambiente de trabalho e com o super poder de fazer contas utilizando a secular técnica do corta-corta.

Tecnologia e Propriedades dos Materiais é na minha opinião uma das ufcd's mais importantes da parte teórica do curso, se vamos passar o resto da vida a trabalhar com materiais ferrosos então que os tratemos por tu...Propriedades e tipos de materiais, classificação dos mesmos, elementos de liga, normas e tratamentos, tudo isto meus amigos condensado em apenas 25 horas...vai doer, mas tem de ser.
















terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Mais um módulo... A estrear na oficina!

No segundo dia de aulas começou uma nova ufcd: construções metalomecânicas - bancada (ufcd 6603)



SARA TEIXEIRA
Lá fomos nós, todos contentes para as oficinas. Deram-nos uma bata toda janota (que não havia em cor de rosa 😞) e uma botinha de biqueira de aço, porque a segurança vem sempre em primeiro lugar, e um cacifo para guardar tudo. Parecia os saldos da Rua Augusta, lol!

Conhecemos o formador Óscar. Um companheiro muito simpático que não está para se chatear com maçaricos, embora esteja sempre disponível para responder a qualquer dúvida! 

Como é óbvio estas aulas começaram por um alerta à segurança, pois é muito fácil numa oficina cheia de ferramentas, máquinas e seres humanos se dar o acidente e para aí 90% das vezes é culpa ou desleixo destes últimos! Como diz o Óscar: "O acidente está sempre à espreita!".

De todas as ferramentas que o Óscar tinha para nos apresentar ele escolheu o serrote de folha primeiro! Não só nos apresentou como também nos fez travar conhecimento íntimo. Foram logo três exercícios a serrar um  pequeno vergalhão... de aço💪, porque alumínio é para as donas de casa embalarem sandes aos petizes. E eu serrei, serrei, serrei... e serrei! Eu e todos. Era ver os sorrisos de satisfação... de alguns😅! Depois apresentou-nos a lima. E eu limei, limei, limei... e limei! Eu que nunca tinha feito nada destas coisas na vida curti ao molhe! Descobri que até um serrote tem vícios! Nesse dia fiquei com um braço de tenista profissional que upa upa...

Foi também nestas aulas que conhecemos um dos melhores amigos do operador de CNC, o paquímetro ou craveira (como preferirem)!

E no seguimento de leituras decimais vieram as polegadas, amaldiçoadas polegadas! Porque se à décima não estava complicado à fracção ficaria de certeza.

                                                            
Todo um mundo novo, para mim! 
No entanto 25 horas de módulo dão para mais e fomos avançando para brocas, velocidades, roscas, passos... 
Foi furar no aço como se não houvesse amanhã e rodar desandadores até haver um M qualquer! 




Foi um módulo que passou a correr e serviu-me para aprender a manusear algumas ferramentas.
Fiquei muito satisfeita com o meu desempenho nesta ufcd, os objectivos foram alcançados e os conteúdos aprendidos.
Que é como quem diz: "Para primeira vez, não está nada mal!".



Três já estão... faltam 29|


ANTÓNIO PINTO

Ok, de volta à oficina.
Serrotes de ferro, limas, paquímetros analógicos, sutas... Estamos na idade da pedra.








Depois do primeiro impacto com a realidade desta UFCD, até que foi engraçado rever algumas noções que estavam há muito adormecidas.
Claro que entendo que nem todos os presentes tenham o mesmo à vontade que eu tenho na oficina, mas há muito que não tinha de fazer um paralelo com serrote e lima.
Lá fomos avançando para, espanto dos espantos, um engenho de furar (ainda pensei que iríamos abrir os furos com um berbequim manual).



Sarcasmo à parte, foi uma boa introdução ao meio oficinal, relembrando alguns conceitos esquecidos (sim porque desde há muitos anos que não uso, nem tenho, um paquímetro analógico).
Velocidades de corte e tipos de rosca são coisas que é sempre bom saber, porque apesar de toda a tecnologia existente no nosso mundo atual ainda é muito difícil saber qual a rosca de um determinado parafuso sem utilizar um apalpa roscas.


JOÃO PATRONILHO

Inicio do curso, primeira UFCD de oficina:

UFCD 6603 - construções metalomecânicas - bancada
Formador: Óscar Ramualdo
Duração: 25 horas

Tal como as casas não se começam pelo telhado, o cnc também tem um principio, e antes de nos embrenharmos no mundo dos códigos G, primeiro há que entender como tudo funciona e o local certo para isso é a oficina de metalomecânica convencional.
Apresentações feitas e conselhos de segurança dados foi tempo de termos contacto com a parte mais básica da metalomecânica, e foi assim que passámos grande parte da ufcd  ( e  foi mesmo GRANDE parte )
A serrar:



E a limar:



Sempre sob o olhar critico do formador Óscar.

Passada esta fase e no tempo que sobrou ainda tivemos tempo para ter contacto com o engenho de furar:



Falar sobre roscas e passos e roscar furos manualmente:


25 horas passadas, conteúdos aprendidos, objectivos alcançados. 
Venha de lá a próxima... 




















O primeiro módulo: Desenho técnico!

ASSIM COMEÇA ESTE CURSO, COM DESENHO TÉCNICO!
FORMADORA: REGINA VAZ



SARA TEIXEIRA
Começou com a UFCD 6586 (Desenho Técnico - introdução à leitura e interpretação) e sem darmos por nós já estava também feita a 6594 (Desenho Técnico - leitura e interpretação).
Foram 100 horas que passaram a voar... em grande parte graças à nossa querida formadora Regina (😙) que fez das suas aulas: horas pouco ou nada aborrecidas com muitos exercícios práticos. 
Confesso que entrei a medo nestas ufcd's devido ao meu insucesso a educação visual no ensino básico. Mas cedo se perderam estes medos porque as explicações foram mais que suficientes para concretizar qualquer exercício!


Lembro-me de na primeira aula ela nos "espetar" com uma imagem de Guernica de Pablo Picasso e daí fabricou um brainstorming em que todos os elementos da turma deram o seu contributo. Hoje, olhando para trás, percebo que foi a forma dela nos dar a conhecer os conteúdos das ufcd's que iria conduzir... sendo que ela não nos disse, fomos nós que os dissemos todos! Simplesmente GENIAL!

Começámos por compreender a origem e a definição de Desenho Técnico e por consequência falámos de Norma e das suas vantagens, facilmente se percebeu que andam de mãos dadas!
Continuámos para os diferentes tipos de desenho: projetivos e não projetivos. A sua classificação: de conceção, de definição e de execução.
E depois voltamos à Norma: ISO (International System Organization), EN (Norma Europeia) e NP (Norma Portuguesa). Que também andam de mãos dadas em concordância! Vimos a sua aplicação em: formatos, esquadrias, legendas, listas de peças, modo de dobrar folhas, representações, linhas, cortes, cotagem, tolerâncias... Epah está tudo normalizado em desenho técnico!!! E faz sentido, porque um desenho pode viajar de mão em mão pelo mundo mas tem de ser lido e interpretado por quem dele necessite retirar informação.
Passámos então à parte prática e metemos a mão na massa!
Foi dividir rectas, círculos, ângulos,fazer óvulos, tangentes, concordâncias, linhas de concordância definidas por circunferências tangentes, espirais, arcos... eu sei lá! Coisas que eu nem sabia que era capaz de desenhar.
Até que um dia a Regina chegou à aula com um exercício de "gente grande" desenhar um gancho. Parecia tão complicado... mas fez-se!!! Este "fez-se" leia-se: com muita calma e concentração atingiu-se o objectivo proposto 😌



A matéria foi avançando naturalmente: projecções, vistas, métodos europeu e americano, escalas... começaram a ser, cada vez mais, conceitos familiares.






E assim de repente sem darmos por ela já estávamos na ufcd seguinte!
Foi consolidar as noções gerais que já se tinham e entrar mais a fundo nestas coisas da Norma do desenho técnico e interpretação... muita interpretação. Linhas, elementos repetidos, vistas de pormenor, vistas auxiliares, tolerâncias dimensionais, tolerâncias de geometria, tolerâncias de posição (neste curso vai ouvir-se falar bastante em tolerância!), rugosidades, ajustamentos, representação de roscas, desenhos de conjuntos... uma infinidade de assuntos como podem suspeitar.

Entretanto as informações contidas nos desenhos foram deixando de ser assim tão simples mas cada vez com mais facilidade eram interpretados. Tudo aconteceu com bastante naturalidade.

Ficam sempre alguns conteúdos por consolidar num mundo tão vasto como o de desenho técnico. Mas o trabalho da Regina connosco estava feito. A melhor professora daqui para a frente será mesmo a experiência adquirida em contexto de trabalho.

Duas já estão... faltam 30!

ANTÓNIO PINTO




Desenho tecnico... Algo a relembrar, quando tirei o meu curso de electricidade, no século passado, tive esta disciplina. Muita coisa mudou desde então, mas o principio básico mantém-se:
- Ferramentas básicas (régua, esquadro, compasso, transferidor, papel e lápis).


 














- Objectivo, fazer um desenho que possa ser entendido da mesma forma em Portugal ou na China!
As 100 horas passaram rapidamente com os conteúdos a serem aprendidos com facilidade.

Depois as tolerâncias... ui, tabelas e interpretação, mas o fundo é simples:
Ou cabe ou não cabe, se cabe, que força é necessária para "por e tirar"!

Mais umas feitas, com os conteúdos aprendidos. Venha a próxima.


JOÃO PATRONILHO

Não me parece que seja muito difícil compreender a importância deste módulo e o facto de ser um dos primeiros, a base do trabalho do técnico de cnc é a leitura e interpretação de desenhos técnicos com o intuito de os transformar num produto final, respeitando cotastolerânciasacabamentos, etc.
Foi exactamente isto que a formadora Regina nos ensinou ao longo destas 100 horas, que confesso passaram bastante rápido.
Gostei bastante de relembrar alguns conceitos que devo admitir estavam esquecidos desde o tempo da escola, e de aprender tantos outros.